quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

O sonho da vida
Inútil
Tornou-se dizer
rabiscou ideias
Aposentou
Nunca mais escreveu

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

10 Maneiras de dizer eu te amo, sem falar.

Amor por dentro. . .
10 Maneiras de dizer eu te amo, sem falar:

1- Perdoar, uma palavra que por si só já lembra amor, perdoar sem pedido de perdão, então, deve ser a maneira mais humilde e genuína de amor, perdoa-se não porque delito não foi grave, mas porque a ausência doía mais ou tanto quanto o erro cometido.

2- Não chamar a pessoa de amor antes do tempo, amor, um sentimento banalizado, chamar de amor e não amar é a mesma coisa que colocar comida nova em uma panela suja. Esperar a hora certa, assim fica claro que não é qualquer pessoa que é amor, e que quando você chamar assim é porque é realmente, amor.

3. Abraços longos e apertados querem dizer, vou me agarrar a todo meu mundo que está bem na minha frente!

4.Arrumar assunto pra conversar o dia todo, e não ter mais vontade de dormir, querer conversar pra sempre.

5. Dizer que sente saudade, e sentir, dizia um poeta:  'saudade é um privilégio de quem ama'

6. Mandar uma música traduzindo tudo que sente, sim, as vezes uma música sabe dizer melhor, mesmo que a gente sempre saiba como escrever, sempre tem alguma que diga exatamente o que você sente.

7. Escrever cartas, mensagens e textos. Fazer do amor uma poesia, eternizar uma história.

8. Fazer palhaçada, falar bobeira, ser ridículo(a) só pra ver a pessoa sorrir e pensar que você trouxe felicidade pra vida dela. E parar quando isso surtir efeito contrário.

9. Dizer adeus várias vezes e voltar atrás em todas. Porque não foi dessa vez, nem da outra, nem na outra, ''desculpe, vou embora pra sempre, até mais tarde''... E deixar livre e isento de responsabilidades, porque ninguém é obrigado corresponder seu sentimento!

10. Ter todos os motivos do mundo pra desistir, desistir; saber que nenhum sentimento é eterno e mesmo assim cultivar, guardar no coração, por saber que é amor, e que o amor é raro! E infelizmente não acontece por escolhas, não acontece todos os dias, nem com qualquer pessoa!

Amor por dentro, porque o amor nasce, cresce e como tudo que é de verdade e nasce, primeiro são feitas raízes, que apesar de efêmeras se cuidadas podem durar, mas eu não acredito nesse amor moderno, que começa numa piscadela e termina debaixo dos lençóis, surge e termina, como um vento que passou e deixou apenas a bagunça, se for pra dar tudo errado que ao menos tenha acontecido de verdade, odeio aquela dúvida de 'será que era mesmo amor?',então é melhor que tenha nascido, crescido, sofrido e morrido.
E na hora certa o solo do nosso coração estará fértil outra vez, pra renascer amor.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Equidistantes


 Porque ler com uma boa trilha é muito melhor!

--













Fiz uma viagem no tempo,
eu estava lendo aquelas coisas, elas existiam de verdade,
fiquei submersa nas lembranças das coisas que não percebi,
eu estava muito revestida de mim mesma.
Envolta nas minhas caixas,
você me disse aquelas coisas, aonde eu estava?
Aonde ficam as estradas paralelas?
As tintas que jogamos no ar
Vozes presas, trilhas percorridas
somos todos um só, somos um todo,
de nada, e somos tudo que temos.
É bom existir no sopro da saudade,
na cautela da esperança,
no sorriso de um rosto,
ou na lágrima de  uma criança.
Eu ouvi aquela música e o que mesmo ela quer dizer?
Eu ouvi histórias e foi de um livro que escrevi,
bom, eu  guardo comigo os melhores contos.
Ainda tenho talento pra errar, mil vezes,
e a minha arte é a imperfeição,e olhe só para mim eu sou perfeccionista,
malabarista de mim, usando palavras que nem sei qual o poder.
Olha só para você,
com suas galochas astrais e seus mistérios sérios,
são todos de verdade, e todos de mentira,
somos conhecidos estranhos,
que pintam uma mesma tela sem dividir a aquarela,
podemos escolher cores diferente,
mas acredite em mim, esse é o nosso quadro,
fora de esquadro.
Posso sorrir de perto ou de longe e mesmo assim estamos aqui, para sempre.

domingo, 7 de setembro de 2014

quando

Quando divago
Digo no vago
Devagar vou
Digo vá
Vou
Quando divino
De vida
Bem vindo
Sou
Quando decido
Desço do salto
Descalço desfaço
Quando apresso
peço
De passo largo vou
Quando digo nada
Ouço, parada
Paro e vou.
Quando sou muito,
nada sou.
Sou só, o que sou
é só.
Dentro da alma vivo
uma errante que ama.


quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Problema de quem

Ontem foi um dia de grande stress, ou estresse se quiser abrasileirar a expressão, mas isso é indiferente, engraçado como pequenas coisas se tornam gigantescas quando mexem com alguma coisa lá dentro das nossas emoções. Você bate o carro em uma curva qualquer, é obrigado a andar a pé e descobre que o problema não está em não ter um carro, mas em estar sedentário demais para suportar a caminhada sem um veículo. Você perde alguma coisa e vê que ela não importava tanto assim, mas o que tinha de memória contida, e a possibilidade que lhe foi retirada diante de um simples OI, maldito, ou não dito. Você percebe que sente o que nem sabia , eu não sabia que tinha certos medos, que afloraram numa circunstância determinada, mas é claro que ele já existia, também não sabia que eu poderia ser tão séria, e tão absoluta quando nem tinha tanta certeza sobre as coisas que estava afirmando.

Impressionante como um problema pode tirar todos os outros do foco, e assim sem mais nem menos lhe por no eixo das suas emoções e decisões, como um espelho diante da sua face. Impressionante como um dia pode te fazer muito mal, mas você percebe o benefício do caos, temporário. Sobre ser temporário, todos os problemas assim são, especialmente para quem acredita em vida eterna, especialmente quando você sabe que é uma questão de colocar no centro a dificuldade ou as outras coisas, é o excesso de preocupação que perturba nossa mente e não a questão em si.

Que são os grandes obstáculos que nos fazer dar grandes saltos, e as vezes tombos, e que mal há em de vez em quando um tropeço, desde que este não fira a ponto de emperrar a caminhada?

Meu horóscopo disse que esse transito astrológico esta perfeito para resolver questões com quem eu venho esperando oportunidades, e que apareceram oportunidades sem que eu me esforce muito, pois estou em período mais racional e decidido, e até seria capaz de resolver questões burocráticas, e eu pensei será que eu acredito mesmo nisso, ou será que lí apenas para confirmar se existe alguma coerência com a minha realidade,  sim eu faço isso, e espero que eu esteja errada, as vezes eu amo estar errada, espero que eu duvide e 'quebre a cara' dessa vez, vou duvidar que vão acontecer as coisas que nele li, porem vou esperar de todo meu coração que elas aconteçam. E isso não é fé! Fé é quando você acredita sem nenhum questionamento interno. Sempre acreditei em Cristo, sem nenhuma questão em aberto. Isso sim é fé, toda vez que eu duvido é sempre acreditando e não o oposto. Será que só existe de fato aquilo que acreditamos, ou existem as coisas e nós damos força a elas acreditando naquilo que escolhermos? Será que temos poder de dar vida as coisas, mesmo que elas não existam, como os problemas por exemplo? E se é assim o que de fato existe, e porque escolhemos acreditar? O que nos leva as nossas convicções absurdas? O que de fato é questionável, apenas o concreto, o absoluto, tocavel e tangível, é fato consumado? E o sentimento só existe quando é declarado,  o tempo só existe porque temos um relógio, e porque a natureza decidiu dividir o dia em 2, e as estações em 4? Que poder temos afinal sobre as situações, sobre as decisões dos outros, ainda que interfiram diretamente nas nossas? São tantas coisas que eu já acreditei, e tantas que duvidei, são tantas que eu acredito e duvido, tanta mistura!

Quando me vejo em alguma situação embaraçosa me sinto um pouco mais forte, e sinto que meus limites estão sendo testados, reformulo um novo conceito de vitória, pois em cada caso, há um resultado satisfatório diferente, as vezes se ganha uma discussão e se perde uma companhia, então a balança pesa para o sentido contrário do sucesso, são as medidas. Mas como medir algo ou alguém? Pela altura, pela força ou beleza nas palavras; não, medir alguém deve ser feito, pelo tamanho do seu coração/sentimento, e tamanho da sua mente que as levam e tomar suas decisões e atitudes, e por como ela mede as outras pessoas, pronto, multiplique  os 3 pontos e some pela capacidade que essa pessoa tem de compreender, amar e perdoar; subtraia menos de pessoas assim! Mas quem somos afinal para medir alguém?

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Parte

Quantos vazios cabem
No imenso espaço do desamar.
Amar?
Não sei,
sabia tanta coisa e só agora sei
que nunca soube.

Eu sou a parte partida
e que não partiu
que ficou
que doeu
que chorou
E que viu.
sentiu.

Sou a parte,
a margem
ninguém é obrigado a ficar, aqui ou acolá.

Vou abrir qualquer gaveta e me guardar,
Vou afogar o meu grito
me vestir de infinito.
Pra tentar disfarçar
que a fase não é boa,
e que não sei quando vai acabar.
Vou ler os textos que dizem pra nada dizer,
e vou desobedecer.
Vou mudar, amanhã levanto igual,
Sentimental.
Sem ti, e tal...

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Eles sabem o que devo fazer

Já mudei de profissão de religião, de cidade. de casa e de dono do coração, mais de uma vez.
Ainda não tive um filho, não me casei e não plantei uma árvore, três coisas que eu já me arrependi por procrastinar. E agora sou prudente demais para ser leviana nas escolhas.
Perdoei sem ouvir nenhum pedido e já pedi perdão apenas com uma lágrima, já me calei na hora errada, e evitei falar a coisa certa. Já me calei a tempo e falei quando devia, e no final eu sempre acho que falei demais.
Desisti por ciume e sofri pelos dois motivos. Me senti  forte o bastante pra dizer não e fraca o suficiente pela mesma decisão.
Já estive sózinha e acompanhada simultaneamente.
Sorri muito por uma coisa e depois derramei lágrimas copiosas por ela.
E fui além dos meus limites sem nunca ter tido limite algum.
Já morri, renasci, desisti e recomecei incontáveis vezes, sem que ninguém soubesse. Já me enterrei e ressuscitei, e depois percebi que ainda sou a mesma.
E uma vez na vida eu quis dizer 'eu amo você' antes de conhecer o suficiente, me arrependi por nunca ter dito e depois por ser verdade e não conseguir evitar.
Fui só mais uma, e já fui inesquecível, e sei que ser inesquecível é uma questão de apenas ser o que se é, ou de quem esquece.
Gritei numa rua deserta de pavor e na mesma rua gritei de felicidade, tudo é uma questão de tempo e fase da vida, um dia se está muito feliz por uma coisa, e no outro você pode estar triste pela mesma, e vice versa, o caminho da descida também é subida tudo é questão de referencial e ninguém pode mudar isso!
Ouvi muitos conselhos e eles me dizem o que devo fazer, mas se eu chutar as pedras do meu caminho sou eu quem vou me machucar, há pedras que são espinhos e outras que servem pra você se esforçar, alguns chutam as pedras preciosas para fora do destino, e outros apenas a deixam pra lá, há quem veja ouro no lixo.
Eu gasto meu tempo com estranhos, e ouço eles falarem, as mesmas coisas, sem me interessar.
Eu me recordo que as luzes dos faróis brilhavam. Mas eles todos me dizem o que fazer, eu não devo olhar pra traz, nunca diga adeus se quiser ficar, eles sabem o que devo fazer, eu devo viver; e eu não estou viva? Eles sempre sabem o que eu devo fazer, e eu não!

Talvez eu seja confusa, romântica incorrigível ou apenas uma pessoa muito otimista, que acredita que a fé possa levar a algum lugar muito mais alto que as estrelas. E que as estrelas só estejam brilhando por merecer, e merecem por nunca desistir ou jamais deixar de acreditar. E cada vez que vejo uma estrela cadente, lembro que se a gente tem fé até a nossa queda pode ser luz pra alguém e aí eu sei que eles não sabem o que eu devo fazer, eu sei!


terça-feira, 5 de agosto de 2014

Gerundismo

Hoje eu estava conversando com um amigo, ando um pouco sem vontade, mas surgiu alguma inspiração de alguma reserva dentro de mim.
Talvez eu esteja ficando louca, ou apenas velha. Antigamente eu costumava ter verdades irrefutáveis, que se diluíram através do tempo, eu tinha medo de não viver muito e dormia pouco pra não gastar a vida com algo inútil, hoje acho um luxo passar o domingo na cama. Eu pensava em quantidade, muitos dias muitas horas, muitos, agora penso no fundamental e evito alguns excessos que me desviam do foco e na maioria das vezes me satisfaço com a simplicidade do básico e essencial. Eu tinha grandes medos sobre o futuro e agora só tenho fé, que se hoje deu errado amanhã dará certo é assim pra todo mundo, o dia bom passa e o dia mau também, daí cabe a mim dar a devida intensidade e valor para qual eu decidir. Descobri que a lembrança que deve ocupar minha cabeça é a que me faz bem, e que é possível evitar as más recordações e esse é um beneficio para si e não para o outro, uma vez que as imagens ocupam só a sua cabeça, e a foto mais adequada a que traz alguma memória.

A vida, vai ensinando a endurecer, e a vezes a amolecer, eu diria : Gente mole e vida dura, tanto bate até que cura. Uma paráfrase que eu imagino ser verídica, ela (a vida) vai ensinando que copo que sempre está cheio as vezes vem acompanhado de coração vazio, ou partido. Vai mostrando seus defeitos, apontando suas falhas, vai questionando suas escolhas, e aprimorando sua capacidade de refletir a respeito. E fazendo você se conectar aos barulhos, e interpretar silêncios. E que aqueles que te dão apenas silencio, geralmente não tem mais nada a dizer, porque nada é sempre nada, e cada um dá o que tem.

E finalmente entendi que é necessário compartilhar... Que a vida não faz o menor sentido se a gente é uma ilha e não um continente, e talvez seja esse o propósito de Deus para nossa existência. Ser parte de um todo? Não. Descobrir todas essas e tantas outras coisas. Se o que é pra ser encontra seu caminho? Não sei, sempre acreditei que se a gente quer muito uma coisa, a gente tem essa coisa!

domingo, 20 de julho de 2014

Ventos contraditórios

Eu já percorri pouco tempo, mas parece que faz centenas de anos,
e até aqui evitei me manifestar.
Me arrependi do que eu nem sei se fiz, e esperei  a mesma atitude.
Todos sabem o que devo fazer, e ninguém pode fazer nada.

Eu sei que a vida é muito curta e o destino sempre me faz tropeçar nas escolhas,
É um misto de notícia boa, com desespero de saudade, a memória que invade é proibido saudade, relembro.
"Talvez seja só o acaso, é melhor deixar isso pra lá", mas o que é mesmo melhor?
Eu poderia me vingar, e não sinto vontade.
Não dá pra fazer o tempo voltar, é assim pra todo mundo.

Eu já disse que a chama as vezes apaga?
E é quando a terra extrai de si os recursos, pra continuar.
Eu já disse que os mesmos ventos que refrescam servem pra derrubar?
E as vezes o ar puro é só pra respirar.
Isso não estava nos planos, eu planejei a noite inteira sem ao menos consultar.
Eu não sei quando as coisas fugiram do controle, mas eu sei que eu nunca soube controlar.

Quando foi que anoiteceu e a constelação deixou de brilhar?
Eu tive medo do futuro e agora que é escuro, fecho os olhos e continuo.
Pra onde se deve correr, se já não há lugar pra ficar?




terça-feira, 15 de julho de 2014

DIA DO SUPER HOMEM

Avô, deve ser uma palavra derivada do Ah VÔ!
Era assim que eu falava com ele, 'Ahh vô!!' Com um tom de manha na voz, e depois eu saia rindo, era fácil.

Já tentei escrever centenas de textos sobre você, mas acho que eu poderia escrever um livro inteiro sobre como conviver com você, ops com o senhor, era engraçado.
Ninguém escapava de seus apelidos maliciosos, nenhum parente, nenhum namorado, "pista de pouso de mosquito, carrapatão, bola 7, enrugadinha, caguincha, pulga da camisola da Natália...", esses e quantos outros me fizeram segurar o riso enquanto a visita chegava em casa.
Ele bebia agua e bochechava o liquido, as vezes ele fazia um chafariz com a agua, comida, ele sempre dava um jeito de fazer as coisas mais nojentas e mais engraças, e sempre ao terminar uma refeição ele olhava com tom desafiador para minha mãe (que é sua filha) e limpava a boca na toalha de mesa, o que a deixava furiosa, mas era impossível conter o riso. 
Um homem soldado da cavalaria, que nunca sentia frio, mas que se cobria só porque estavamos enchendo muito saco demais, e usava sabão de coco nos cabelos, sabonete era frescura, sentir dor? Não, não... um homem da cavalaria, do batalha 11, não!

Quando eu era criança eu achava que ele implicava comigo, depois eu descobri que era a maneira de ser carinhoso. E aprendi a retribuir na mesma moeda e a me divertir muito com isso!
E as vezes eu fico procurando algum defeito pra lembrar que ele era humano! Desculpem por isso, mas é que nunca, nem em vida, nem pós morte ouvi alguém falar qualquer coisa que colocasse em questão o seu caráter, nunca ouvi, e olha que ele teve 93 anos pra fazer isso.
Tudo bem eu sou uma puxa saco inveterada, uma fã incondicional, sempre fui mesmo antes de o avô alçar o voô. Talvez esse seja um dos frutos de alguém que plantou a vida inteira o amor, carinho e dedicação pela família.

Aos finais de tarde ele colocava sua cadeira de fios na varanda e ficava junto com seu cachorro, tomando uma vitamina de abacate ou saboreando alguma fruta, que o cachorro era obrigado a comer. Muito bem divido por sinal, um pedacinho pro Bob e outro pra ele, uma lambida do bob e outra para ele!
Ele me dizia sobre as coisas que não eram certas, e sempre buscava aguma maneira de apaziguar qualquer intriga, ele sempre tinha alguma coisa simples e sábia para dizer, para aconselhar, mesmo quando era o silencio. "O que é certo é certo".  "Nunca se case com um japonês, raça amarela é má" (uma sabedoria inspirada nos filmes de guerra feitos pelos EUA). Ele sentia compaixão pelas pessoas, e sempre buscava uma forma de poder ajudar, ele nunca mais se casou porque amou apenas uma mulher, ainda que ela tenho o deixado, isto porque a morte a ceifou ainda muito jovem, talvez ele tenha se apaixonado depois, algumas vezes, mas nunca amou outro alguém. O que é muito triste, pois ele merecia um novo amor, mas que nos faz suspirar tamanho sentimento cativo por uma mulher. Um homem a moda antiga no sentido genuíno.

Ele me chamava de borboleta e tirava sarro de tudo que eu fazia, "a cigana te enganou que você sabe fotografar", ele usava um perfume estranho que agora eu acho uma delicia, porque me lembra que ele sempre passeava, que ele me dizia, "lá vai a borboleta gazear", que ele saia com uma pasta marrom amarrada com um elástico e que sempre voltava com algum doce pra dar pra gente. Ele era uma criança idosa, e não era por causa da segunda infância, era porque sempre foi jovem, otimista, risonho e alegre.   Sinto falta de tudo, de fingir que acabei de acordar quando chego muito tarde em casa, e de fazer as unhas cascorentas dele, eu dizia que ia passar um esmalte e ele ficava profundamente irritado, mesmo sendo esmalte de homem, e na verdade nunca tive intenção de passar qualquer esmalte naquela unha, só de provocar o machão, sujeito homem, e de fazer ele falar, "Oooooora sô" com o sotaque mineiro,  espremer os olhos em minha direção e ameaçar: "não precisa mais mexer em nada, deixa deixa". Era muito divertido!

Ou também poderia falar sobre as coisas bonitas que ele dizia, sobre como tratava as pessoas, sempre com respeito, com humildade, mesmo tirando sarro de todo mundo, sempre havia um tom de molecagem nas brincadeiras, ou sobre como você se importava com tudo, com todos, e como você era capaz de pedir desculpas pelas coisas mais simples e que não exigiam tal atitude e como isso me deixava envergonhada. Poderia falar que os seus olhos claros, eram límpidos e por ele dava pra ver a alma pura e sincera que o corpo vil e cansado escondia, as suas rugas sempre foram marcas do tempo, e nunca lhe deixaram feio. Eu chamava o seu cachorro de "garabininho" e vc chamava ele de "natalino", isso me faz querer gargalhar. Eu tenho orgulho do seu sangue, de assinar seu sobrenome, e sei que sua esposa e todos os seus filhos sempre o tiveram também, nenhuma das suas filhas e netas esconde isso, somos um fã clube.

Hoje é o dia do homem, e todas as vezes que alguma menina/mulher, me diz que todo homem é igual, que eles isso ou aquilo, eu me lembro que você existiu, e essa tese cai por terra, sei que apesar de muito ofuscados tinha defeitos, mas estava longe de ser igual,  e sim eu poderia achar um deles, ou vários, mas é muito difícil lembrar. Sobre o dia dos homens eu digo, eles são criaturas literais e relativamente incompreensíveis, e alguns deles são pessoas especiais, conheço alguns, ser especial não é uma característica do gênero ou da espécie, e sim do subjetivo, baseado nas decisões que uma pessoa escolhe pra sua vida, a maioria dos homens está ameaçado por esse estereótipo e alguns adotaram perfeitamente o personagem, mas não é genérico, é no singular, se alguém tem dúvidas sobre a minha afirmativa fica o texto a cima, sobre um  homem com H maiúsculo,o homem mais forte e mais sensível que conheci e o que eu mais amei em toda minha vida, não como homem, mas como tudo além que do gênero que ele sempre foi!

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Barulho

Será que o que ressoa também tine?
É que o mistério é um pombo branco elegante de olhar ensimesmado na janela,
Um termo eloquente do extremo,
É uma redundância absoluta.

Um perfume sutil,
Somado a cores misturadas.
Pequenos feixes de luz que iluminam a sacada.

São olhos ousados que leem sem licença alguma.
Mente calejada abrigo do acaso,
Insulto do sentimento, tenta evitar, mas sempre se oferta.
Sempre alerta.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

IQUE CARVALHO

Olha só que inspirador esse texto, um amigo que se identifica com personagem mandou e eu fiquei apaixonada, esse texto é de um escritor maravilhoso, fiquei apaixonada pelas suas expressões, alma e poesia; Ique Carvalho.
Em: http://www.thebrocode.com.br/

Existe um em cada história.
Um homem que nunca se encaixa.
Bem, este sou eu.
Eu sempre fui “o cara bonzinho” que,
escutou a vida inteira:
“Mulher gosta de cafajeste.”
Eu sempre fui “o cara bonzinho” que,
quando beija uma mulher,
volta pra casa sorrindo.
Não consegue dormir.
Deita na cama e,
fica rolando, rolando e pensando:
“Não acredito que ela ficou comigo.”
No outro dia,
ligava pra ela.
Ela não atendia.
Muitas amigas dizem:
“Você não pode ligar no outro dia.
Tem que fazer ela sentir falta.”
Sabe,
não siga regras.
Não é a falta que faz alguém gostar de você.
É a presença.
Eu sempre fui “o cara bonzinho” que,
mostra interesse um dia,
e no outro também.
Eu sempre fui “o cara bonzinho” que,
não consegue ficar do outro lado,
sabendo que você esta aí, sozinha.
Eu sempre fui “o cara bonzinho” que
por várias noites na balada,
escutou da mulher que amava:
“Ique, seu amigo é muito gato. Me apresenta.”
Eu apresentava.
E os dois ficavam na minha frente.
Muitos amigos diziam:
“Você vai ficar sozinho”
Não.
Sozinho, é ficar com alguém,
que não quer ficar com você.
Eu sempre fui “o cara bonzinho” que
escutou milhares de vezes:
“Você é um cara muito legal. Mas somos apenas amigos”
Um cara legal e apaixonado.
Bom, o que eu posso fazer?
Isso não dá para evitar.
Esse sou eu, apesar de tudo.
Eu sempre fui “o cara bonzinho” que
namorou a garota,
que só faria sexo depois de casada.
Muitos amigos disseram:
“Você é LOUCO!”
Eu sempre fui “o cara bonzinho” que,
deixa de sair sexta a noite,
para ficar no facebook, até as 4:00 da manhã,
conversando com a mulher que era afim.
E Aline,
como foram ótimas aquelas noites.
Eu sempre fui “o cara bonzinho” que,
namorou a distância e,
quando ela ia embora,
não lavava os lençóis.
Queria acordar, sentir o cheiro e,
pensar que ela ainda estava lá.
E Mari,
acho que você nunca soube disso né?
Talvez um dia, o coração perceba isso.
Se um cara gosta de você,
ele se importa.
Ele vai encontra-lá,
no meio do caminho.
Vai ligar e,
esperar por você.
Só você.
E quando você atender:
“Alô.”
Ele irá responder:
“Amor.”

domingo, 8 de junho de 2014

A moça Felicidade

Outro dia entrei no site para comprar uma passagem com destino a felicidade,
Pensei que felicidade fosse um lugar físico, ou morasse junto de alguém.
Mas felicidade não tem dono, nome ou sobrenome, não habita em lugar algum.
Então pensei, se a felicidade é coisa, vou acumular posses pra comprar, com muitas notas de cem!
Então juntei tudo, percebi que felicidade não se compra com vintém.

Então, felicidade está naquele cara,e depois naquela religião, encontrei uma joia rara!
E a surpresa é que ela também não estava por lá, é uma coisa estranha, e difícil de encontrar!
Então por um momento decidi esquecer, seguir a diante, e deixar ser o que vier, acontecer. . .
As vezes deixar as coisas, apenas refletir, nos faz enxergar a vida com clareza,
Parei de pensar sobre a vida, sobre além da vida, seus estudos, suas incertezas,

E foi justamente no nada que ela me apareceu,
Percebi que a felicidade é uma moça tímida que chega de mansinho, e que facilmente pode passar desapercebida.
Num domingo de chuva, num abraço apertado, um sentimento verdadeiro,
Essa menina inibida, está lá, no sorriso de quem se ama, no perdão, na risada sem motivo, num pedido feito de coração, em um olhar profundo,na fé da oração contrita,  no exito da chegada, e na persistência da caminhada.
E se fomos relapsos com ela, perceberemos apenas sua ausência, quando ela nos abandonar.
É delicada e frágil, se ofende com frequência e vai embora sem avisar.
Mas não é orgulhosa, é uma moça generosa, e gosta de se doar, sempre vem a retornar, mas exige ser cuidada, preservada, pra fazer ninho e poder morar.

Desde a descoberta venho cuidando, de quem eu tanto amo, cuidando meu coração pra ela aqui ficar,
Fazendo da minha casa ninho pra quem me ama, vendo em que eu divido o mesmo teto um lar doce lar.
Confesso venho mudando, e as vezes errando, mas venho por esse caminho, tentando acertar,
Presenteando com meu presente, digo o hoje, quem quiser por aqui ficar.
E outro dia alguém questionou, enquanto eu andava pelas ruas da cidade, ''está feliz, está bem?''
Por um instante tive que refletir, ponderei as últimas perdas e sem querer mostrei na hora a dor que senti, lembrei dos os últimos ganhos,e suspirei aliviada, as vezes a vida te da uma surra de paulada, e depois um afago doce pra compensar.
Pensei no desengano, e posso afirmar que apesar das últimas semanas, em que houve choro,
Apesar dos dias em que a gente pensa que tudo está perdido, são apenas nuvens que encobrem o sol.
A felicidade ainda está, no colo quente da mãe sorridente, e nas estrelas que no breu servem pra iluminar.
Sobre o tempo que perdi procurando, não lamento, eu estava me encontrando.
Penso menos, sobre o que há após a vida, e me ocupo em viver a vida antes da morte, quanto a ela nos foi dado o direito de conhecer!
Qual é o propósito na vida em conhecer pessoas que pensem diferente de você, qual é o propósito da vida, se não viver?

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Pensamento solto

Já pensou se as pessoas pudessem ler nossas intenções, algumas vezes evitaria tanto desgaste, já pensou se elas pudessem mensurar aquilo que sentimos, aquilo que estamos esperando, ou tudo que se passa em algumas reações ou situações dentro de nós, os nossos medos, as nossas dúvidas e tudo que nos impulsiona a tomar certas atitudes e decisões?

Eu estava cá entre meus botões, entre as minhas mazelas, pensando sobre como muitas vezes somos interpretados, todos nós. E pensando sobre como as pessoas não respeitam a singularidade de cada um, será que é compreensível que uma pessoa não reaja da maneira que você espera sobre tudo? Eu estava pensando se eu pudesse voltar atrás, e eu sempre repenso meus erros, acho que essa é a base da evolução, pensando em tudo que já disse, e eu nem sei pra que pensar tanto, mas eu não domino, penso e porque penso que não devo pensar já estou pensando. Será que todos os argumentos são apenas desculpas, e será que é sempre o caminho seguir em frente, deixar pra traz, ou as vezes devemos voltar e resgatar alguma coisa importante que ficou? Será que alguma coisa que ficou deve ainda ser importante? Será que somos mal interpretados porque não sabemos como dizer o que pensamos, o que sentimos, ou apenas porque se a gente não fizer as coisas como a outra pessoa acha que devemos a história muda? Acho que dentro da gente existe uma programação onde se espera que os outros correspondam nosso roteiro, roteiro esse que não foi combinado, motivo pelo qual muitos se frustram, motivo pelo qual somos sempre interpretados de acordo com a singularidade do outro em detrimento da nossa, motivo pelo qual eu também o faço, o tempo todo, eu não sou você, eu não vivi os seus anos, eu não passei pelas coisas que você passou, e ainda que tivesse, será que eu faria como você?  A minha conclusão é que, não tenho direito de subjugar o universo interior de ninguém, a minha vontade é só minha, se alguém compartilhar da mesma então isso será elo, ou talvez as pessoas por muito sentir, passem apenas compartilhar, talvez sejamos capazes de mudar o tempo todo, e se há uma conclusão nisso tudo, é esta que escrevo: o amor transforma qualquer indivíduo, e não há quem o possa resistir; mas sendo unilateral uma hora há de morrer, como qualquer ser vivo sem alimento, o amor é como uma parasita que habita dentro do peito, buscando amor em si, e amor no outro para sobreviver, e mudando tudo em função dessa busca incessante.

Eu que não sou concessiva, ando pensando todos os dias em voltar atrás, eu já me despedi, e não foi uma só vez, e penso que talvez não haja caminho para fazer retornos, e assim prossiga a humanidade, por isso apenas sublimo, penso, repenso, e evoluo. Eu tenho um cachorro que me mordeu duas vezes, e ambas machucaram muito, e hoje em dia sinto medo de todos os cachorros, apesar de amar esse tipo de animal, sempre espero alguma mordida ou certo tipo de ataque, mesmo dos mais pequeninos da éspecie, aos poucos sou capaz de confiar, hoje pedi desculpas ao Tobby, um cachorro que nunca nasceu, mas que já me causava arrepios!

terça-feira, 27 de maio de 2014

Pudim

Se eu pudesse adoecia,
De comê doce de melancia,
Que é procê cuidá di mim
Colocá azul no céu,
Coliria o meu jardim,
Nem pricisa de dindim,

Colher amor na horta pra fazer café da manhã cedin
Plantar begônias de carin,
Ouvia o barulho da chuva de noite pra dormir apertadin,

Eu cantava a luz do asfalto
E cantava tão bem alto
Cê falava que eu sô brega,
Eu jantava a luz de vela,
Eu fazia cê rir, de feliz que sei fazê,
Cê ria di mim, e eu ficava feliz de vê cê rí assim.
Fechava ozói, lembrava que o seu é bem verdin, pensava que ia sê pra vida toda feliz cocê.



sexta-feira, 23 de maio de 2014

Promessas

Tanto encurtamento,
que desfaço o cruzamento;
Encontramento de tormento,
Lento,
De momento, sem tempo.
Tanto entroncamento,
Sem aguçar meu talento,
descontento.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Pintar, poetar e interpretar, artes!

Poesia,
ao contrário do que uns falam,
Essa é um genero literário.
Não precisa ter dono, nem remetente,
Não precisa de rima, ou de alta patente.
Poesia é coisa de gente simples, que vem da mente, que faz o demente.
Vende e mente?
O artista que escreve tem plantado no coração uma pequena semente.

Artista,
é tudo artista,
Ora se um ladrão pinta um quadro sua pintura bela passa a ser desmerecida?
Ninguém sabe de onde vem sua tela, nem investigam sua aquarela,
E dizem: 'é péssimo sujeito, mas sua arte deve ser aclamada com devoção!'
Apreciam apenas o quadro pendurado, o nome assinado não!
Quanto ao poeta, porque expõe com letras,
de uma caneta preta,
Mas põe cores nos ouvidos, desenhos nos lábios, asas na imaginação e cifras no coração.
Sim esse é julgado!
Precisa ser bom cidadão, a arte do poeta precisa vir acompanhada do exemplo, e de oração?
Porque, a arte que pinta, reverencia somente o belo, a arte que escreve qualquer imbecil interpreta,
Qualquer ser qualquer; interpreta, a vida, de quem não teve comida,
de quem escreveu da ferida,
Todo alfabetizado, pode escrever, basta-lhe uma caneta, assim como todos podem pintar, bastam-lhes um pincel, e todos podem interpretar, como convém! Mas eles são todos artistas?
Há os que leem letras, e os que veem alma na estrofe de um refrão, mesmo sem saber ler, mesmo sem poder enxergar, se há toque humano é imperfeição. Cobram os perfeitos!

quarta-feira, 16 de abril de 2014

A SEMENTE

A juventude é como um ato falho, uma semente que lançada cresce sem saber porque.
A juventude é de fato a grande semente da vida, e a velhice são os juros, juros esse é o preço que a gente paga por não querer esperar; do exercício que eu não fiz, dos cuidados que eu não tomei e aqueles que demasiadamente impediram-me de agarrar o que algum dia desejei.

A velhice meus caros, é o agiota, que ameaça nossas vidas de morte, pela juventude que desfrutamos, sim, nessa vida nada é nosso, nem mesmo nós mesmos, nem mesmo nossa própria vida, tudo que vivemos ou desfrutamos é um empréstimo, tudo que semeamos um dia há de florescer. Aos que não se aventuram, não se fundem com os dias de mocidade, a esse lhes será pesado o prolongar dos dias, poucos são os que se deparam com o amor de verdade e o sabem reconhecer, eles se contentam no que lhes entregarem sem esforço nenhum oferecer, dão-se ao luxo de apenas viver por apenas viver, são aspas de refrão. Já o mundo é uma roda viva, que gira em torno de fases e estações, não defenda a natureza apenas, não pense que você não é parte dela, também é parte disso a sua vida, que não há excessivo valor, é mais uma semente terrestre, portanto defenda você, cuidado com seu jardim, não esqueça de plantar as sementes, nem de as regar, não esqueça da sua natureza, lembre-se sempre da sua natureza!

 Os dias que ainda não vivi, são estrelas que eu esqueci de contar, e momentos que não deu tempo de viver, romances que o tempo me proibiu de escrever, histórias que não contei, que jamais vão voltar, a vontade que senti, e calei, coisas que não fiquei sabendo, coisas que não contei pra ninguém, passaram pelas minhas mãos, irei eu algum dia me perguntar desses dias, dessas coisas, desses sonhos? Haverá juros sobre a liquota do percentual pequeno que desfrutei desses dias que não vivi, ou o tempo se encarregará de tornar os desejos mais profundos meras lembranças insignificantes, e de substituir aquilo que hoje é primordial e insubstituível?
Na dúvida eu não evito nada, apenas deixo o vento soprar sobre meus cabelos, e a brisa é a bússola, quero dizer as circunstâncias naturais nas quais estou inserida, as respeito, respeito a natureza, sobretudo, a minha!

segunda-feira, 14 de abril de 2014

SouRir

Chega de chorar que eu ja nasci pra fazer você feliz!
Teu sorriso pequeno do alto é veneno, 
E eu que não sabia que eu sempre fiz,
Doce menino, doce moreno.

Mas sorri e se sorriu já me fez rir,
Ficou contente,
mostrou seu dente,
E fui eu, 
Não sou prudente, e sai cantando a sorrir, você me riu por dentro.
Vem só rir!



Aspirei o escarro, espirrei.
Ascaridies lumbricoides
Aspargos 
Expurgos revolvidos 
De dentro mal resolvido,
Machucou, sem culpa!
Ascos, restou
Não uso aspas, não gosto.
Minhas cartas rasguei.
Nada importa, delay.


Disse nem sofro 
E sai por ai, sofri menos,
Sofrimentos, são as mentes
Mentem que sentem o que não sabem,
É estado que não estão, porque demonstramos? 
Masquei minhas palavras, engoli secas, era amor.
Havia muito que falar, calei. 
Cautela, meus amigos!

Há outro no travesseiro,
Há outra primeiro. 
Que prossigam, segue a vida, sobressalto suspeito,
Sacaneio, vou de sorteio,
Feliz o ano inteiro, 
Vou casar na praia do Rio de Janeiro, 
Morar na cabana da Cophacabana, 
Vai doer de tanto rir, vai morrer de ser feliz! 

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Verbo

E, desligando seu carro, perguntou sem pudor:
- Porque nunca demos certo?
Os olhos dela o fitaram por um momento, e respondeu:
- Porque, a gente fomos, nóis foi, a gente éramos, nós secessemos...
Ele a interrompeu com cara de espanto:
- Nós fomos!?
Ela sacudiu a cabeça em sinal de negativa e continuou:
- Nós fumos, a gente iamos, as coisas foi, Nós é, a gente fomos, Nós queria, ou a gente queremos! Você entende?
- O que te deu? Qual o problema com você!?
Ela sorriu na tentativa de não ser dura, e respondeu com a maior doçura que pode:
- O problema são os verbos, que não concordam com os sujeitos. O verbo não está errado nem o sujeito, eles apenas não concordam, e não podem ser usados na mesma frase!

Ele que pouco se importava com regras gramaticais entendeu perfeitamente o que a semântica queria dizer!
"O problema são os verbos teus e os sujeitos meus"!

quinta-feira, 3 de abril de 2014

GÊNIO COTIDIANO

Sou poeta do absurdo, e o absurdo abusivo da vida.
Sou vida, sou tudo que dizem que sou, porque não sou o que eles são, então eles dizem, afinal eles não sou, nem eles me são, eu acho que eles estão perdidos nos meus destinos, curiosos em saber o que não sou e aquilo que justificam que sou pra tentar me convencer. Mas é verdade eu sou o que não dizem que sou.
Me emociono com improvável, e desdenho das provas concretas quando elas fazem muito sentido, o sentido não pode ser simples, se não deixa de fazer sentido, ou deixa de ser excitante. Gosto do insensato, do tato e suas porções de sentimentos resvaladas em palavras escritas ou faladas.
Diversão é fundamental, aliás, eu gosto mais do que a maioria das pessoas que conheço, mas não acho que a vida se resuma a isso, noites divertidas, festas bem curtidas, aliás não acho que a vida se resuma a nada, porque não há resumo capaz de fazer qualquer mera associação a essa que  apesar de comum a todos, seja inexplicável em sua essência.

Tenho apreço pelo artista que sente a sensação do invisível, que tateia o verbo não compreendido e que nutre sua alma do divino, o que não compreendo são esses que classificatórios, subdividem sentimentos e pessoas por categorias que eles criaram para definir o universo singular de cada indivíduo. Esses que se casam, no papel, mas não no real, que usam aliança no dedo e não no coração, que se vetem com roupas caras mas que tomam atitudes de gente barata, que não são em público, mas no reservado se mostram, covardes, que julgam as escolhas, esses que não choram nunca, nunca de verdade, mas apenas com a finalidade de esconder o que seus olhos o tempo todo querem dizer, são fortes, nunca desabam sua emoção, não, eu não entendo você, e nem quero!

Se há olhares que resumem, há visões que ampliam e exemplificam o infinito de ser sem precisar explicar o que se é, ou se sente. Aos poetas que dizem sobre os focinhos melosos de cachorros, aos que não sabem descrever nada, mas levantam todos os dias pelas manhãs para conquistar seus sonhos; os poetas do dia-a-dia, aos que amam suas mulheres e seus esposo, seus namorados, escritores de um romance real; aos que prezam mais pela verdade de ser do que pela vontade de parecer com o que se não é, a todas as mães que justificam seus títulos de melhores com cuidado e devoção; e aos pais que são proteção, aos que lidam com a diferença com indiferença sobre essa, malabaristas da intuição; sim a esses apaixonados pela vida, pelos princípios e a cima de tudo, fiéis a si mesmos, minha profunda admiração e respeito, a eles saúdo, com as melhores palavras já criadas, que mal sei usar. Pouco sei, é uma humilde afirmação, honrosos, sãos estes que estão apreciando o bom sabor da vida, que estão vivendo de fato, estes são os que saem amar, estes que fazem o amor, e só a estes sou capaz de amar!



domingo, 23 de março de 2014

Na-ação

Nesta terra tudo é esquisito,
Aqui sertanejo não vem do sertão,
Criança pequena come comida do chão, beija sola de sapato do "tio patrão";
Por essas bandas não se discute política, é claro, não se tem informação a respeito, e acredita-se que todo político é ladrão, falar de política é sobretudo muito chato, coisa de desonesto, coisa de ladrào!
Não se fala sobre religião, pois não somos civilizados para compreender ou aceitar opinião contrária  a nossa, jamais fale desse assunto seja em público ou não!
E o futebol? Que ninguém fale desta coisa tão sacra e importantíssima a cerca da nação, futebol é motivo de morte, se estamos por esse local, devemos saber que esta ciência esportiva é basicamente vital para sobrevivência, portanto, muito respeito com times, é melhor não entrar em vãs discussões.

Não se domina o idioma por completo, pois é de mais valia saber outras línguas.
Temos um misto de culturas perdidas entre a ignorância da falta de aceitação e a jovialidade de um país que foi roubado no intelecto e lapidado por meios corporativistas e ditadores. Buscando fuga em uma verdade irreal comemorada nos fevereiros e marços feriados, onde se esbanja a alegria sem pudor, alegrias essas que os salários de fome dos oprimidos podem 'dativamente' desfrutar.

Mas vamos falar das mulheres, com beleza exacerbada, que foram rotuladas como sensuais, por suas curvas delineadas, e suas miscigenação, não são dignas de respeito, pois curvas foram feitas para deslizar, foram feitas para se comentar em público, valorizar demasiadamente, seja em seu trabalho dando-lhes chance de ascensão empresarial e regalias, seja nas rodas de amigos, ou na televisão, curvas, muito melhor que cérebro, aliás ouço todos os dias, em palavras implícitas a seguinte frase:  'mulher inteligente não precisa de cérebro, ser desprovida nesse quesito é uma questão de inteligencia', e ai de quem ousar transgredir tais regras!
Quanto a beleza natural, sim há um privilégio inigualável, a generosidade da natureza com essa terra deve compensar todas as críticas a cima feitas, os olhos, até mesmo na província que me rodeia, saltam, na observação, é uma distração que Deus, com sua infinita longanimidade nos revela que sempre restam esperanças, como um arco-íris que ressurgindo depois do temporal colore o céu e dispersa do céu cinzento, uma aliança feita, talvez seja apenas o período das trevas de um povo específico, tenha ele prazo e duração, e nisso que reflito, receosamente espero e acredito!

sábado, 22 de março de 2014

você

No campo da fantasia é lá que eu me encontro, tenho gostado da solidão, pois lá lhe encontro em pensamentos. Eu sei que é besteira, mas você sempre aparece por lá e isso me basta... Deito-me e fecho os olhos, e então você se aproxima e me abraça docemente, sem dizer nada, passo a ponta dos dedos nas suas sobrancelhas grossas que acompanham o formato do seus olhos amendoados,  expressivos, negros e cheio de sentimento, que conversam com os meus o tempo todo, sua pele morena, sua boca cor de ameixa mordida, é macia e suave, ela não diz nada, continuo apenas te observando, então sua mãos seguram minha cintura, mãos protetoras e por um instante eu penso que nada de mal vai acontecer, posso ter certeza que estou segura o resto dos meus dias. 
Seus lábios se abrem é teu sorriso grutal e fantástico e eu recosto minha cabeça sobre seu peito forte, seu coração bate acelerado, mas não tanto como o meu, acho que você iria perceber que meu coração dispara com seu jeito, então evito pensar muito nesse detalhe porque o só de pensar nisso se torna real, bom pelo menos isso vira realidade. Olho novamente em seus olhos, seus cílios cruzam com o meu, seu beijo é de outro mundo, lembro e relembro, e estremeço só de pensar que nunca mais terei outra vez, regresso no tempo pra ver se me sinto um pouco mais segura. 

Se saio a noite penso no acaso de lhe encontrar, e não encontro, mas fico com medo de estar com mais ninguém, tenho medo que você surja de algum canto desse lugar e me veja com um cara qualquere nunca mais me queira, mesmo você nào me querendo a muito tempo, e como você não aparece então me apego a qualquer convite e até me divirto, mas sem querer sua fantasia me assombra e agora estou beijando você em outro corpo, por outros lábios, evito de abrir os olhos.
Foi teu beijo embriagado que embebedou meu coração!

domingo, 16 de março de 2014

Reflexões noturnas

Muito cuidado ao lidar com seres humanos, estabelecer vínculos é saudável mas essencialmente perigoso. Estes mortais são seres que apesar de efêmeros, costumam projetar suas vaidades baseadas naquilo que possuem, como seu houvesse durabilidade. A ignorância lhes veste muito bem, é proporcional a felicidade que toma conta de si; quanto menos se sabe a respeito das coisas, mais iludidamente se é feliz, talvez a ignorância seja uma benção, não dá espaço ao sofrimento das dores do mundo, nem para perder tempo com reflexões demasiadamente difíceis.

A noite é longa quando se está em um ambiente lotado como este, o som é alto e torna difícil a audição, logo os diálogos, então apenas observo todos os detalhes numa envolvente batida sintetizada, viemos de outro tipo de composição sonora e no lugar da banda a noite agora está por conta de um só cara que com seus grandes fones de ouvidos parece estar ocupado apenas com os botões a sua frente, não há letra para refletir, só a pancada robotizada no estômago e no coração, é envolvente, e os movimentos são meras consequências dos órgãos eletrizados pela sonorização, mas a mente reflexiva me toma de assalto.

"-Hei, moça, essa música não é isso, você está mexendo a parte do corpo errada!"
"Hei, garoto, estamos escutando a mesma coisa?"
É um ambiente tomado pelo diletantismo, lembro dos homens bons que incapazes de imaginar o mal se opõe a qualquer pensamento de trama nesse sentido, e recordo dos homens que por ciume, demonstram aquilo que pensam e tramam, ciume é uma tentativa desesperada de cobrar aquilo que geralmente não se faz, e constantemente os não ciumentos são classificados como desleixados, quando na verdade sua confiança quer dizer apenas,"não espero que você faça isto, que eu, jamais faria com você",  na posse há medo da perda, e desse medo eu posso falar com propriedade, ainda que confiantemente e mal interpretada repetidamente fui julgada como desinteressada, devo ser mesmo confusa, acho natural que se sinta essas coisas quando algumas paixões pareçam se dissolver.

Na mesma noite, e sobre o mesmo raciocínio que aparentemente solto, é apenas um atestado breve de meu alto nível de deficit de atenção, que apesar de muito observar, evita focos exagerados; um pouco de cada coisa, meus olhos reparam detalhes sem observar conjuntos, e vice-versa. Faço conexão a chegada e ao aconchego em meu lar, lembro-me da mãe que repousa nesse momento, e penso a respeito das coisas que já lhe vi fazer, penso sobre o sentimento maternal, e quase chego a uma conclusão a respeito do amor, esse deve ser esta coisa que nos faz abnegar nossos próprios desejos, com muito critério, e dedicação; vai crescendo dentro de si, como um filho pequeno que não se sabe nada a respeito, gerado em seu interior até o momento de desabrochar e dar a luz, e novamente nada se sabe a seu respeito, apenas que nasceu e está ali, então se educa pra sobreviver durante muito tempo, e na realidade existe uma falsa esperança de eternidade, nenhuma mãe imagina ver seu filho morrer, bem como nenhum amante o seu amor. E ao crescer, amadurecer, conhece-se um pouco mais a seu respeito, mas sempre há motivos para surpresas, alguns segredos escondidos, uns bons outros ruins,  nunca se esgota todas as áreas do conhecimento, sobre os filhos, que nunca tive, são proporcionais ao amor, e é um conceito final, interrompido pela hora de partir. O Sol estará prestes a nascer!




terça-feira, 4 de março de 2014

Versos sem voz

É, bem verdade, que papel aceita tudo, não rejeita verdade ou mentira uma vez que nele escritos.
Verdade essa que universaliza todos os tipos de papeis, essas criaturas vulneráveis e sem personalidade, que não sabem dizer não. Papeis e letras são cruéis. . .

Dos meus versos fiéis infelizmente tudo que falam são verdades cortantes,
A mim preciosas como diamantes,
Mas como qualquer outro falante,
Estão desacreditados, meus versos cansados, não são ouvidos,
São bocas e gemidos,
São versos sem nenhum efeito, senão a própria leitura só,
Não tenho mais vontade de escrever como antigamente,
Não tenho mais papel que me aceite,
Nem figura que ilustre, são versos sem voz, e descrentes
Rimas tolas, frequentes.

Peguei meu violão e não sei fazer mais acorde
Sua uma compositora sem sorte,
Que não sabe o que cantar, nem assobiar,
Vejo o vento passar e sei, que eu quero que passe,
É madrugada e já não há o que possa fazer,
Vou pedir a Deus, que essa noite me abram e descortinem os céus!

domingo, 2 de março de 2014

Há, de haver!

Mas a esperança com a qual prossigo é de há com H, de haver!
Porque há de haver:
Dias em que a gente se sinta satisfeito por acordar, sem faltar nada.
E esperança em olhos marejados outra vez, toque que emocione, luz que banhe a noite.
Dias em que não seja necessário esquecer de ninguém, viver sem se esforçar pra não trazer a memória.
Sorrisos coloridos, desinteresse de amores antigos, mãos dadas de verdade, e reciprocidade no sentir, no agir, no escrever, no encantar.
Dias em que tudo seja fácil, pessoas dizendo sem metáforas, e pessoas sozinhas se encontrando.
Sonhos realizados, corações apaixonados, desesperados, por fazer alguém feliz.
E noites em que ficar compense, mais do que sair.
Domingos menos solitários!

Ai que belos vitelos

Como são belos os lírios amarelos,
E os sorrisos sinceros, desses que vivem do disfarçamento 
Da agonia da realidade, fazem fantasia,
Me causam profundo encantamento!

E como me acusam os liríos sinceros
E os sorrisos amarelos,
Que na fantasia fazem encontramento com o desencanto da realidade!

A realidade não devia existir longe da fantasia do mundo belo que nem o lírio amarelo e o sorriso sincero!

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Rechaçadas

Quando uma rosa espeta com espinho, adoece por dentro, não pelo sangue derramado ou a dor produzida, mas pela memória de alguém, que uma vez feridos costuma ter muita cautela ao tocá-las outra vez. Ainda que suas pétalas sejam macias trazendo conforto de um afago e pedido do perdão, toda rosa possui seus aguilhões , dói mais na rosa espetar do que naquele que se machucou.

Rosas esperam ser tocadas, lembradas, cheiradas, beijadas. E até a quem não o faz garantem seu aroma para deixar claro que são generosas, e tentar atrair alguém que possa cuidar de amá-las. E não pensem que é de todo inocente o seu ferrão, há culpa nos espinhos, mas há mais aroma delicado e maciez reconfortante do que dor em seu curto espaço de vida. 

O que muitos não sabem é que espinhos, foram feito como escudos que protegem, surgiram lá por uma causa, não querem ser machucadas, é uma cautela dolorosa, um recurso natural utilizado apenas para preservar de qualquer mal, são frágeis, e as mãos que lhe tocam costumam despedaçar. Seus pecados são pequenos cutucões que ocorrem com certa frequência, mas que jamais foram capaz de ceifar a vida de ninguém. Há quem perceba suas dores e aprenda lidar com os ponteagúdos, mas vez por outra sua beleza é apenas observada, de longe, é uma maneira de fazer com que seus abrolhos lhes cortem toda; mas todos os dias, rosas insistem em perfumar a quem por perto passar, numa tentativa incansável de amar e serem amadas.

E você que aprecia, lembre-se, até a mais bela das rosas produz espinhos, a menos que seja artificial.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Porque era sexta e eu tive vontade de ler livros, porque é sábado e fui trabalhar logo cedo, pensando em mais tarde outros compromissos, pensando em desfazer, ainda é cedo para esse tipo de decisão. Mas, eu tenho um baita respeito!


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Terno

Não apaguem as estrelas essa noite, que meu riso é de ternura
Supliquem a Deus por alguma canção que toque um distante coração
De não saber onde está, está no meu pensamento, pensar
Os ventos que sopram me tocam como um tecido suave sobre o corpo, num sopro
Sem dono viajo, me eternizo e viro de foto em foto, sorriso.
Pra encontrar, e provocar os lábios serenos, de um moreno.

Escalo muralhas e venço batalhas, 
Desejo apenas viver de paixão,
De amor que acalma, bocejo de alma,
De sentimento que move, que evolui e promove
Que sucumbi todo ser, como as marés altas engolem a praia
Sem consumir por completo, leve como brisa balançando minhas saias,
E forte como as rochas solidificadas pelo tempo na união dessas mesmas areias e ventos.

Como passeio de gatos pela noite, caminho nas ruas sem pressa, sou paisagem.
Vendo miragem, nos átomos que espalhados pelo ar cruzam minhas narinas
Que me fazem lembrar, que era noite de primavera,havia cheiro e eu era Cinderela
No baile a rodopiar, e que não perdi sapatos, mas deixei por ali ficou meu pedaço.
Que pode parecer prolongado, mas é desse embaraço que me inspira a arte,
E descrevo levianamente sobre ele, mas não falei com ele, e nem ele. 
Não sente a distancia, como sinto, não minto, sou tímida quando com esse. 
Mas dos outros não, minha poesia sem nenhuma necessidade, nunca traiu ninguém, é cheia de fidelidade.
É uma música com o bit apitando, equilibrando o compasso, e mostrando que tudo tem seu fim, 
É mais que um cansaço de não falar só sobre mim, mesmo sendo unilateral e nada persuasivo.
E nisso que vivo,  é por agora, não tem cobrança, e não tem hora.

Portanto avisem os guardas da cidade, que essa noite só eu e a lua, dançaremos nuas
Cantaremos pela rua,
E amanhã, deixa alvorecer dia contente, pra todo mundo saber que sou louca mas que apesar de todos meus distúrbios sou apenas gente! 




terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Vou morrer

Vou morrer, descobi que vou morrer hoje a noite e vou morrer, meus dias estão contados! Vou morrer!
E não se iluda, você também vai, não pense que vai durar mais que o convencional, deixe essa realidade cruel tomar conta de seu cérebro e possuir seu corpo! Vamos morrer! 

O problema conosco é justamente não saber, achamos que há tempo pra tudo nessa terra, e não, não há! Somos doentes terminais que devemos correr pra gastar nosso instante, me pego deitada na cama sem nada fazer, só pensando, pensando, e pensamento não faz nada, é morto, quem só pensa sem agir já morreu, já morri!

Deixe de ser otária menina, não perca essa oportunidade, pare de pensar no tempo passado, pare de inesquecível, não pense que no futuro haverá, se não há agora, apenas não, e lembre -se com muita frequência, você vai morrer e vai morrer muito! Muito depressa, muito de repente e muito mais cedo que você imagina a vida se esgotou, muito incoerentemente! 

Viemos a esse mundo sem nada, sem nada ficaremos, a morte a vida, todas vazias em seu curto espaço de tempo, vamos trepar com a vida, em um circulo mágico de gestos tatos e olhares, sorrisos e vontades, vamos nos afogar no nosso querer. Fazer o bem sem limites, economizar os nossos miseráveis instintos, relaxar nem pensar, dormir menos, acordar mais. Aproveitar o sol, aproveitar a chuva, curtir o frio. A lei é viver e é só por isso que estamos vivos, viver bem pra depois morrer, sem conhecimento de causa, a morte é uma experiência única, infinita e paralela a todas as outras, e é definitiva!

Finitude de mim

Com é que a gente faz, pra saber o que faz?
Depois de um dia cansado, argumento pesado, que se vai o ensolarado, que se cala a voz do poeta, depois do depois?
Valha-me Deus, se já difícil saber do agora pendente, como é que faz pra saber o que fazer da vida da gente?
Tenho medo de fim, acho que por isso acabo nunca terminando nada, é por isso que sou inacabada, e sempre estou começando. Vivo num gerundismo infinito, coloco, vírgulas, pontos de exclamação, ponto e virgula, ponto final eu coloco também, mas já começo outro parágrafo, rapidão, também quando começo outro parágrafo não volto atras, sou do tipo que demora mas ai de mim se eu falar nunca mais, admito que sou covarde e não obedeço minhas próprias regras que, nem mesmo essas que acabei de descrever. É um medo insano esse de te perder, sem saber que o que tenho, é o não ter.

Estou a meses de mais um fim, e é estranho pra mim, saber que já esta programado um novo começo, é uma mistura de ansiedade de chegar, com vontade de aproveitar tudo que a vida me der chance nesse curto resto de ciclo, nesse resto infinito de dia bonito, no inseguro de saber que há finitude, desejo plenitude no espaço do tempo que resta. Desejo teu tudo, ok, não sei me despedir.

Não me findo em mim, vou além do mais de parecer, sou necessidade. Vou até onde eu não aguento mais e ainda continuo, vou até onde alcanço e prossigo, sem pausa corro, e vez por outra mudo de caminho e não volto mais, sou uma bagunceira de dentro pra fora e de fora pra dentro, sou tudo e nada, mas não meio termo, sou aventureira e se bem acompanhada, topo qualquer parada, muito fácil de conviver e muito difícil de entender. Oh Cristo me salva de mim, me salva do fim!




domingo, 16 de fevereiro de 2014

Peça de dominó

Muito respeito com minha preguiça, quem não aceita meu ócio não é digno da minha criatividade ou merecedor do meu excesso de energia!
Não sou dada a esse século, onde reina o diletantismo, que se baseia apenas no capitalismo. Prefiro a simplicidade das boas companhias e boas músicas.

Sou imbatível por ser autoral, toda vez que o era uma vez, não der certo, reescrevo para era outra vez, e outra vez, escrevo minha própria história, dou espaço pra quem quiser escrever um pouco nela também, mas não cobro nada de ninguém, sou uma porta aberta, a decisão de ir ou ficar é de quem já está, no entanto não costumo abrir portas que outrora fechei. Prefiro atitudes a palavras, mas sou alucinada por belas falas, tanto de ouvir como de falar, amo poesias, amo gente que sabe sempre o que falar e mais as que sempre sabem o que fazer, palavras são uma invenção maravilhosa, gosto do conforto que elas podem produzir, e da doçura, quando são verdades, e vividas de fato!

Eu sou um pouco da mistura do que realmente sou com aquilo que soube criar, e do que vou ainda me tornar, não cheguei ao estado real do que realmente sou, portanto nem eu me conheço completamente, e sempre me surpreendo. Sou esquecida com coisas, e ainda assim alguns dias da minha vida, algumas pessoas em especial eu não consigo sequer por um dia esquecer. E venho trabalhando nisso, até uma hora eu consigo esse moço esquecer, espero!

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Coisas boas

Alguns dias se tornam difíceis por ser e outros apenas pela fantasia da nossa mente. Projetamos nela algumas coisas e pessoas que se quer existem. Dias ruins são necessários, para a gente perceber o quão bom são os dias em que está tudo bem, você só vai saber que é feliz quando der de cara com a infelicidade ou com a trsiteza, aí sim você vai repetir a famosa frase "Eu era feliz e não sabia", o ser humano costuma deixar passar despercebido as coisas maravilhosas da vida, que normalmente estão nos detalhes, das coisas simples do dia-a-dia. Naquela pessoa que sempre está por perto, naquele café da manhã gostoso de todo dia, na flor que floresce no jardim sem que ao menos seja regada, na cama quentinha a noite, no salário do mês, nas ligações e mensagens de bom dia e boa noite.

Sou uma resiliente, crio na minha mente sempre um novo motivo para não desistir, invento desculpas e digo agora pode crer, que vai dar certo. Até quando eu me sinto uma azarada, estabanada, e destraída, recrio uma maneira de pensar, busco algum sentido naquilo e procuro pensar em tudo que eu ainda tenho pra viver, e já imagino as coisas que vou fazer pra melhorar, mesmo que eu não faça nada, minha mente é implacável, sempre acredita que o melhor está por vir, em todos os sentidos, com todos os meus sentimentos. E isso me faz bem!

Se eu tivesse que deixar um legado, ou algum recado pra humanidade ou pras futuras gerações, eu diria, nunca perca sua fé, mesmo que tudo pareça contrário, construa oportunidades, não acredite em nãos definitivos, se uma porta se fechar aqui, vire pode ter uma gigantesca nas suas costas, se não tiver hávera alguma janela, algum jeito sempre há, e não se preocupe tanto com o que você não consegue, concentre-se naquilo que você é capaz, faça os seus dias valer a pena junto com aqueles que gostam de estar com você, e sempre, sempre mesmo, dê risadas, mesmo quando não tiver tanta graça, seja uma pessoa de riso fácil, o riso é magnetismo de coisa boa, e ele engana seu cérebro, se você começa rir muito sua mente acredita que você está feliz e se conforma com a felicidade, sorriso é mais bonito que maquiagem. Estou trilhando o caminho da aceitação, de Deus eu não reclamo mais nada, apenas aceito o que ele me tira e o que me dá, eu aceito, e tudo fica mais leve, quando você entende que as coisas vão surgindo no caminho, você sabe que tem que lutar pelos seus sonhos, mesmo nadando contra correnteza, mas nesse caminho de luta, algumas coisas e pessoas vão se perder, e outras vão surgir, faz parte da estrada; viver bem com todas essas contradições é coisa de artista da vida. Coisa de beleza! E eu sou antes de mais nada apaixonada, pela vida, e por mim, do começo ao fim!
Coisas boas estão acontecendo!!!!


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

O inominado

Quando eu tiver um filho, nunca pensei a respeito do sexo, nem do nome, mas quando eu tiver um filho, não sei daqui a quanto tempo, nem em qual lugar, só que quando eu tiver um filho, não sei ainda quem vai ser o pai, só sei que não planejo produção independente, porém quando nascer meu filho, quero ensinar tudo diferente.

Vou ensinar ele a dizer, diga meu filho, sempre diga o que sente. Não guarde, seja honesto contigo mesmo, e vou castigá-lo toda vez que não disser. Não roube, não mate, não faça mal a ninguém, e sobretudo nunca faça mal a você mesmo, sempre diga o que sente! Não seja boba como sua mãe um dia. Vou ensinar a prática aos poucos, um exercício diário, se ele tiver irmãos (não pretendo) vou fazer ele dizer, tudo. Pode parecer meio déspota, mas não é, é como toda mãe que protege seu filho da dor e do sofrimento com unhas e dentes, pois basicamente sofremos por nos calar, quando na realidade devíamos falar, qual o mal em dizer: "olha eu gosto tanto de você.", não há mal, nós temos medo do risco de ouvir um simples "que bom eu também", apenas educadamente, mas vazio de verdade, e na verdade o que estamos fazendo, é dilacerar nosso peito é não dizer nada e também nunca ouvir, deixar passar, deixar morrer, o tal do deixar acontecer, e quando se deixa, nada acontece.

Pois então direi ao meu filho, e serei severa com esse ensinamento, "ai de ti, se descumprir essa ordem, seja corajoso, e não orgulhoso!" 'Como é a pessoa que você queria conhecer? Então esse meu filho, é a pessoa que você deve se tornar, trabalhe nisso! Quando der tudo errado, quando você disser o que sente, e não houver recíproca, não pense que está tudo perdido, acalme-se, respire fundo, e recomece, sabendo que é melhor um não do que um talvez. Aliás o Não é libertador, um não bem dito dá até sono, eu sempre fui boa com nãos, quando eu não quero, digo objetivamente: não. Não é divino, solta as amarras que prendem as pessoas, daquele que pronuncia e aquele que ouve. O sim, é lindo, quando dito assim com veracidade, sim é muito legal de ouvir, muitas vezes por medo ou orgulho eu não disse, e já aprendi, não diga não quando quiser dizer sim. Já o talvez, é feio, é uma indecisão que faz pelo menos uma das partes ficarem na espera de algo que pode nunca acontecer, esse sim é uma prisão, talvez é a palavra mais muda que o ser humano já inventou, e mais rude também.

Mas quanto ao meu filho, ah meu filhinho! Vai aprender desde pequenininho que amor é sentimento de dentro, mas que só vive pra fora, não subsiste a clausura do peito, é livre, não mata, mas devora,  pode ser eterno, infinito e bem bonito, mas infelizmente morre se a gente ignora.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Saudade do velho

Tenho saudades de coisas que eu nunca vivi, saudades das coisas que eu não passei, não me conformo em não ter vivido. Cartas me dão a maior saudade, ir até a caixinha de correio e pegar um envelope endereçado a você e ficar curiosa para saber o que está escrito, quando eu era criança eu escrevia uma carta por semana para minha irmã que mora longe, havia uma magia naquilo tudo.
Saudades, de quando não havia e-mail, formais e sucintos. De quando não tínhamos celulares, e a gente não era obrigado a premeditar tudo, havia surpresa nas coisas, místico. Contato físico!!!
Saudades de quando saudade era findada na presença e no abraço e não virtualmente atras das telas de um aparelho eletrônico. Trocaria todas essas tecnologias que eu amo tanto, pela realidade desconhecida dos antepassados.

Dá saudade, ir a barezinhos, e observar pessoas, fico pensando se eu tivesse vivido nesse tempo, no que eu mexeria, para fingir que não percebi que alguém esta me olhando, sem celular, quase não consigo pensar o que seria de mim sem ele, me é um membro do corpo, no entanto sempre que penso na vida coletiva sem ele acho bem mais vantajosa. Foto seria uma mera ilustração do momento, e a gente iria ter curiosidade de saber como ela ficou, seriam poucas fotos, mas elas seriam mais reais, a gente juntaria os amigos e bateria uma foto, com 12 ou 24 poses, uma do namorado, ou de alguem que a gente gosta só pra guardar na gaveta, pra admirar e pra olhar e beijar um pedaço de papel, de vez em quando a gente tiraria uma sózinha e se não gostasse a gente ia rir, porque ela seria revelada. Mas foto nunca seria pra provar, pra mostrar os lugares onde a gente anda, as pessoas importantes, e sim apenas o momento.

Saudade, de me casar por amor, de ter filhos, de filme antigo, de comida quentinha, de abraço apertado e verdadeiro, de café na cama. flores ao meio dia, viagens sem destino, de sumiços passageiros, de bar sem compromisso, de sorriso sem flash, de coração completo, de no frio - calor. De você, principalmente!