terça-feira, 12 de agosto de 2014

Eles sabem o que devo fazer

Já mudei de profissão de religião, de cidade. de casa e de dono do coração, mais de uma vez.
Ainda não tive um filho, não me casei e não plantei uma árvore, três coisas que eu já me arrependi por procrastinar. E agora sou prudente demais para ser leviana nas escolhas.
Perdoei sem ouvir nenhum pedido e já pedi perdão apenas com uma lágrima, já me calei na hora errada, e evitei falar a coisa certa. Já me calei a tempo e falei quando devia, e no final eu sempre acho que falei demais.
Desisti por ciume e sofri pelos dois motivos. Me senti  forte o bastante pra dizer não e fraca o suficiente pela mesma decisão.
Já estive sózinha e acompanhada simultaneamente.
Sorri muito por uma coisa e depois derramei lágrimas copiosas por ela.
E fui além dos meus limites sem nunca ter tido limite algum.
Já morri, renasci, desisti e recomecei incontáveis vezes, sem que ninguém soubesse. Já me enterrei e ressuscitei, e depois percebi que ainda sou a mesma.
E uma vez na vida eu quis dizer 'eu amo você' antes de conhecer o suficiente, me arrependi por nunca ter dito e depois por ser verdade e não conseguir evitar.
Fui só mais uma, e já fui inesquecível, e sei que ser inesquecível é uma questão de apenas ser o que se é, ou de quem esquece.
Gritei numa rua deserta de pavor e na mesma rua gritei de felicidade, tudo é uma questão de tempo e fase da vida, um dia se está muito feliz por uma coisa, e no outro você pode estar triste pela mesma, e vice versa, o caminho da descida também é subida tudo é questão de referencial e ninguém pode mudar isso!
Ouvi muitos conselhos e eles me dizem o que devo fazer, mas se eu chutar as pedras do meu caminho sou eu quem vou me machucar, há pedras que são espinhos e outras que servem pra você se esforçar, alguns chutam as pedras preciosas para fora do destino, e outros apenas a deixam pra lá, há quem veja ouro no lixo.
Eu gasto meu tempo com estranhos, e ouço eles falarem, as mesmas coisas, sem me interessar.
Eu me recordo que as luzes dos faróis brilhavam. Mas eles todos me dizem o que fazer, eu não devo olhar pra traz, nunca diga adeus se quiser ficar, eles sabem o que devo fazer, eu devo viver; e eu não estou viva? Eles sempre sabem o que eu devo fazer, e eu não!

Talvez eu seja confusa, romântica incorrigível ou apenas uma pessoa muito otimista, que acredita que a fé possa levar a algum lugar muito mais alto que as estrelas. E que as estrelas só estejam brilhando por merecer, e merecem por nunca desistir ou jamais deixar de acreditar. E cada vez que vejo uma estrela cadente, lembro que se a gente tem fé até a nossa queda pode ser luz pra alguém e aí eu sei que eles não sabem o que eu devo fazer, eu sei!


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