A juventude é como um ato falho, uma semente que lançada cresce sem saber porque.
A juventude é de fato a grande semente da vida, e a velhice são os juros, juros esse é o preço que a gente paga por não querer esperar; do exercício que eu não fiz, dos cuidados que eu não tomei e aqueles que demasiadamente impediram-me de agarrar o que algum dia desejei.
A velhice meus caros, é o agiota, que ameaça nossas vidas de morte, pela juventude que desfrutamos, sim, nessa vida nada é nosso, nem mesmo nós mesmos, nem mesmo nossa própria vida, tudo que vivemos ou desfrutamos é um empréstimo, tudo que semeamos um dia há de florescer. Aos que não se aventuram, não se fundem com os dias de mocidade, a esse lhes será pesado o prolongar dos dias, poucos são os que se deparam com o amor de verdade e o sabem reconhecer, eles se contentam no que lhes entregarem sem esforço nenhum oferecer, dão-se ao luxo de apenas viver por apenas viver, são aspas de refrão. Já o mundo é uma roda viva, que gira em torno de fases e estações, não defenda a natureza apenas, não pense que você não é parte dela, também é parte disso a sua vida, que não há excessivo valor, é mais uma semente terrestre, portanto defenda você, cuidado com seu jardim, não esqueça de plantar as sementes, nem de as regar, não esqueça da sua natureza, lembre-se sempre da sua natureza!
Os dias que ainda não vivi, são estrelas que eu esqueci de contar, e momentos que não deu tempo de viver, romances que o tempo me proibiu de escrever, histórias que não contei, que jamais vão voltar, a vontade que senti, e calei, coisas que não fiquei sabendo, coisas que não contei pra ninguém, passaram pelas minhas mãos, irei eu algum dia me perguntar desses dias, dessas coisas, desses sonhos? Haverá juros sobre a liquota do percentual pequeno que desfrutei desses dias que não vivi, ou o tempo se encarregará de tornar os desejos mais profundos meras lembranças insignificantes, e de substituir aquilo que hoje é primordial e insubstituível?
Na dúvida eu não evito nada, apenas deixo o vento soprar sobre meus cabelos, e a brisa é a bússola, quero dizer as circunstâncias naturais nas quais estou inserida, as respeito, respeito a natureza, sobretudo, a minha!
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