Tenho saudades de coisas que eu nunca vivi, saudades das coisas que eu não passei, não me conformo em não ter vivido. Cartas me dão a maior saudade, ir até a caixinha de correio e pegar um envelope endereçado a você e ficar curiosa para saber o que está escrito, quando eu era criança eu escrevia uma carta por semana para minha irmã que mora longe, havia uma magia naquilo tudo.
Saudades, de quando não havia e-mail, formais e sucintos. De quando não tínhamos celulares, e a gente não era obrigado a premeditar tudo, havia surpresa nas coisas, místico. Contato físico!!!
Saudades de quando saudade era findada na presença e no abraço e não virtualmente atras das telas de um aparelho eletrônico. Trocaria todas essas tecnologias que eu amo tanto, pela realidade desconhecida dos antepassados.
Dá saudade, ir a barezinhos, e observar pessoas, fico pensando se eu tivesse vivido nesse tempo, no que eu mexeria, para fingir que não percebi que alguém esta me olhando, sem celular, quase não consigo pensar o que seria de mim sem ele, me é um membro do corpo, no entanto sempre que penso na vida coletiva sem ele acho bem mais vantajosa. Foto seria uma mera ilustração do momento, e a gente iria ter curiosidade de saber como ela ficou, seriam poucas fotos, mas elas seriam mais reais, a gente juntaria os amigos e bateria uma foto, com 12 ou 24 poses, uma do namorado, ou de alguem que a gente gosta só pra guardar na gaveta, pra admirar e pra olhar e beijar um pedaço de papel, de vez em quando a gente tiraria uma sózinha e se não gostasse a gente ia rir, porque ela seria revelada. Mas foto nunca seria pra provar, pra mostrar os lugares onde a gente anda, as pessoas importantes, e sim apenas o momento.
Saudade, de me casar por amor, de ter filhos, de filme antigo, de comida quentinha, de abraço apertado e verdadeiro, de café na cama. flores ao meio dia, viagens sem destino, de sumiços passageiros, de bar sem compromisso, de sorriso sem flash, de coração completo, de no frio - calor. De você, principalmente!
de mim???
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