quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Saudade do velho

Tenho saudades de coisas que eu nunca vivi, saudades das coisas que eu não passei, não me conformo em não ter vivido. Cartas me dão a maior saudade, ir até a caixinha de correio e pegar um envelope endereçado a você e ficar curiosa para saber o que está escrito, quando eu era criança eu escrevia uma carta por semana para minha irmã que mora longe, havia uma magia naquilo tudo.
Saudades, de quando não havia e-mail, formais e sucintos. De quando não tínhamos celulares, e a gente não era obrigado a premeditar tudo, havia surpresa nas coisas, místico. Contato físico!!!
Saudades de quando saudade era findada na presença e no abraço e não virtualmente atras das telas de um aparelho eletrônico. Trocaria todas essas tecnologias que eu amo tanto, pela realidade desconhecida dos antepassados.

Dá saudade, ir a barezinhos, e observar pessoas, fico pensando se eu tivesse vivido nesse tempo, no que eu mexeria, para fingir que não percebi que alguém esta me olhando, sem celular, quase não consigo pensar o que seria de mim sem ele, me é um membro do corpo, no entanto sempre que penso na vida coletiva sem ele acho bem mais vantajosa. Foto seria uma mera ilustração do momento, e a gente iria ter curiosidade de saber como ela ficou, seriam poucas fotos, mas elas seriam mais reais, a gente juntaria os amigos e bateria uma foto, com 12 ou 24 poses, uma do namorado, ou de alguem que a gente gosta só pra guardar na gaveta, pra admirar e pra olhar e beijar um pedaço de papel, de vez em quando a gente tiraria uma sózinha e se não gostasse a gente ia rir, porque ela seria revelada. Mas foto nunca seria pra provar, pra mostrar os lugares onde a gente anda, as pessoas importantes, e sim apenas o momento.

Saudade, de me casar por amor, de ter filhos, de filme antigo, de comida quentinha, de abraço apertado e verdadeiro, de café na cama. flores ao meio dia, viagens sem destino, de sumiços passageiros, de bar sem compromisso, de sorriso sem flash, de coração completo, de no frio - calor. De você, principalmente!

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