quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Rechaçadas

Quando uma rosa espeta com espinho, adoece por dentro, não pelo sangue derramado ou a dor produzida, mas pela memória de alguém, que uma vez feridos costuma ter muita cautela ao tocá-las outra vez. Ainda que suas pétalas sejam macias trazendo conforto de um afago e pedido do perdão, toda rosa possui seus aguilhões , dói mais na rosa espetar do que naquele que se machucou.

Rosas esperam ser tocadas, lembradas, cheiradas, beijadas. E até a quem não o faz garantem seu aroma para deixar claro que são generosas, e tentar atrair alguém que possa cuidar de amá-las. E não pensem que é de todo inocente o seu ferrão, há culpa nos espinhos, mas há mais aroma delicado e maciez reconfortante do que dor em seu curto espaço de vida. 

O que muitos não sabem é que espinhos, foram feito como escudos que protegem, surgiram lá por uma causa, não querem ser machucadas, é uma cautela dolorosa, um recurso natural utilizado apenas para preservar de qualquer mal, são frágeis, e as mãos que lhe tocam costumam despedaçar. Seus pecados são pequenos cutucões que ocorrem com certa frequência, mas que jamais foram capaz de ceifar a vida de ninguém. Há quem perceba suas dores e aprenda lidar com os ponteagúdos, mas vez por outra sua beleza é apenas observada, de longe, é uma maneira de fazer com que seus abrolhos lhes cortem toda; mas todos os dias, rosas insistem em perfumar a quem por perto passar, numa tentativa incansável de amar e serem amadas.

E você que aprecia, lembre-se, até a mais bela das rosas produz espinhos, a menos que seja artificial.

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