inutilmente tentei fugir.
Mas sei que de alguns tempos para cá o meu travesseiro é seu peito,
forte e quente.
Suficiente pra que eu esqueça as minhas mazelas.
Que teus braços já não me deixam escapar,
teu cheiro, teu suor na minha pele, e meus cabelos em suas mãos voraz.
Nem parece teu, nem nosso.
Que somos ternos e sonhadores, que rimos juntos e já choramos também.
Mas de mãos dadas seguimos e agora mais do que nunca eu sei,
que essa estrada da vida é pra caminhar assim.
Que quem conhece só as estrelas não sabe que elas são constelação.
E de descoberta, também não é só flores, descobri o medo de perder.
É que a tua ausência corroí a alma, no eco do meu silêncio escuto carros e mais carros estacionar,
nesse mesmo andar do prédio da solidão. Sobem por entre as escadas e eu congelo a cada movimento.
E nesse espaço de tempo eu vou vivendo das migalhas do nosso tempo vil.
A casa sopra o teu cheiro que me causa arrepio e eu trago você em cada lembrança.
E me embriago na beleza desse nosso amor.
Verdadeiro, por inteiro, em cada pedaço.