É, bem verdade, que papel aceita tudo, não rejeita verdade ou mentira uma vez que nele escritos.
Verdade essa que universaliza todos os tipos de papeis, essas criaturas vulneráveis e sem personalidade, que não sabem dizer não. Papeis e letras são cruéis. . .
Dos meus versos fiéis infelizmente tudo que falam são verdades cortantes,
A mim preciosas como diamantes,
Mas como qualquer outro falante,
Estão desacreditados, meus versos cansados, não são ouvidos,
São bocas e gemidos,
São versos sem nenhum efeito, senão a própria leitura só,
Não tenho mais vontade de escrever como antigamente,
Não tenho mais papel que me aceite,
Nem figura que ilustre, são versos sem voz, e descrentes
Rimas tolas, frequentes.
Peguei meu violão e não sei fazer mais acorde
Sua uma compositora sem sorte,
Que não sabe o que cantar, nem assobiar,
Vejo o vento passar e sei, que eu quero que passe,
É madrugada e já não há o que possa fazer,
Vou pedir a Deus, que essa noite me abram e descortinem os céus!
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