quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Parte

Quantos vazios cabem
No imenso espaço do desamar.
Amar?
Não sei,
sabia tanta coisa e só agora sei
que nunca soube.

Eu sou a parte partida
e que não partiu
que ficou
que doeu
que chorou
E que viu.
sentiu.

Sou a parte,
a margem
ninguém é obrigado a ficar, aqui ou acolá.

Vou abrir qualquer gaveta e me guardar,
Vou afogar o meu grito
me vestir de infinito.
Pra tentar disfarçar
que a fase não é boa,
e que não sei quando vai acabar.
Vou ler os textos que dizem pra nada dizer,
e vou desobedecer.
Vou mudar, amanhã levanto igual,
Sentimental.
Sem ti, e tal...

2 comentários:

  1. Navegando parei no seu blog... li um texto, li outro.... fui procurando os primeiros textos publicados...
    Agradável surpresa ver a forma como você trabalha as palavras e estrutura textos valorizando a sonoridade das mesmas, fazendo uma teia de palavras que descrevem o que você pensa, sente, vive ou simplesmente "viaja" naquele momento.
    Tá difícil achar gente que escreva assim.
    Boa surpresa.
    Valeu os minutos aqui.
    Parabéns... e não deixe de compartilhar seus textos com os privilegiados que chegam até aqui.

    Jackson Hass
    jackson@criatrix.com

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  2. Jackson, fico honrada com suas palavras, obrigada mesmo!

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