quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Parte

Quantos vazios cabem
No imenso espaço do desamar.
Amar?
Não sei,
sabia tanta coisa e só agora sei
que nunca soube.

Eu sou a parte partida
e que não partiu
que ficou
que doeu
que chorou
E que viu.
sentiu.

Sou a parte,
a margem
ninguém é obrigado a ficar, aqui ou acolá.

Vou abrir qualquer gaveta e me guardar,
Vou afogar o meu grito
me vestir de infinito.
Pra tentar disfarçar
que a fase não é boa,
e que não sei quando vai acabar.
Vou ler os textos que dizem pra nada dizer,
e vou desobedecer.
Vou mudar, amanhã levanto igual,
Sentimental.
Sem ti, e tal...