sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Janeirismo

Tudo se fez novo de novo.
Da casca do ovo o renovo se fez.
Dá-se a luz a quem quer nascer.
Como um feixe de luz na escuridão, um pássaro que descobre um novo lugar.
Como achar alguém para amar.
Um novo dia anunciar, nasceu o rebento das entranhas da mulher.
Aflorou o poema nos lábios da amada.
Tem a luz, a relva e a alvorada.
É dia de cantar,
de fazer o quiser,
sair feliz na rua,
É dia de filme e brigadeiro de colher.
Pela janela escorre o janeiro e cai no bueiro os velhos tempos.
Que outrora o engano fez chorar,
era chuva, tempestade, agora esteve acalmar.
E se de começo o novo a proclamar,
pro velho outro dia a enrugar.
Recomeço todo dia, toda manhã é janeiro,
todo dia toca o sino da igreja, todo dia o sol se põe,
mas Deus primeiro o põe a nascer.
Que é pra todo mundo saber que a flor murcha,
 mas sempre haverá um botão para florescer.