As vezes é preciso limpar o quintal do nosso coração, das folhas secas e velhas de outra estação.
Para dar lugar a novas folhas, essa é sabedoria das árvores, não precisamos que desçam nenhuma astronave. É só contemplar o que a própria natureza costuma ensinar.
A cada estação ela sabe o que fazer com tudo que tem, sabe aproveitar muito bem. No outono dá os frutos, em tempos de grande colheita, despeja as folhas de outra estação, não tem como valorizar o novo se o velho cultivar; os frutos podres começam a cair no chão.
Um exemplo sem igual, na nossa vida chegam e aparecem pessoas novas todos os dias. Umas nos forçam a produzir frutos, as vezes mesmo fora de época somos desafiados a produzir, outras nos fazem derrubar os podres dos galhos, ou os próprios ventos que sopram os fazem cair. Mas só a nós mesmos cabe sacudir, e jogar fora as folhas velhas, antes disso nos livrar das nossas mazelas.
E no nosso caso as folhas são os amigos e parentes, colegas que nos rodeiam.
As pessoas mais importantes da nossa vida, são aquelas que permanecem, que estão presentes, agora e sempre. Apesar dos ventos fortes que sacodem os nossos galhos, ficam sempre grudadas ao ramos, elas estão lá, passados anos e anos. Muitas farão parte da nossa história, algumas estarão conosco só em tempo de glória; outras nos serão aprendizado, mas poucas farão diferença. Poucas! Poucas consideraremos como recompensa.
Pessoas importantes são aquelas que não ocupam lugar só na nossa memória, mas no nosso dia-a-dia, as outras acabam ficando só no passado. E o presente é uma dádiva de Deus, na caixa surpresa dEle nunca cabe o seu passado! E dai é pra frente é futuro, pode não ser tão seguro. Mas pessoas que não querem estar na nossa pior tempestade, nunca entenderão como foi o triunfo de uma grande conquista, tão pouco dos pequenos ganhos, percebem o momento sem sentir nenhuma intensidade.
Essas pessoas são apenas sombras de outra estação! Não quer dizer que elas sejam más apenas que o nosso caminho só se cruzou e já não é mais, nosso. É caminho alheio, é passagem de outra estrada, e não faz mal valorizar as folhas belas e fortes que não se deixam derrubar, mas faz bem deixar cair por inteiro, tudo que for de outro janeiro.
Melhor mesmo é celebrar a presença dos bom frutos, das folhas que ficarão para sempre, dos sorrisos que elas produzem na gente.