domingo, 19 de janeiro de 2014

AMOR

Outro dia estive colocando em letras os motivos pelo qual estou desacreditada do amor, esses são verídicos e não me desfiz daquelas teorias banais que criei em minha vã filosofia de uma escritora desconhecida e sem crédito algum para ditar ou criar qualquer regra, apenas aos que forem capazes de compreender e concordar, agraciados sejam estes que sabem entender.

Mas estava falando com um rapaz e ele disse não acreditar no amor, e eu como uma romântica/otimista incansável e imbecil que sou, defendi com unhas e dentes o provável sentimento que segundo ele é uma criação humana para satisfazer o ego feminino, ele foi ao dicionário e me mostrou a definição fria que aquele apanhado da língua portuguesa tinha pra exemplificar ou explicar o que não tem explicação continha num breve parágrafo sobre algo muito mais profundo que todas aquelas folhas jamais conseguiriam sequer chegar perto de qualquer menção ao que ele realmente representa. E ele me disse pois então o que amor? E eu tentei responder de uma maneira racional, que era aonde a conversa nos levava, falei que não era um sentimento, mas uma atitude de extremo nível, que faz você renunciar os seus desejos e instintos em benefício de alguém, não que você se anule, mas que faz com que você sinta que é mais importante fazer algo por essa pessoa, do que naquele momento por você. E nada ele disse que isso era carnal, mera vontade satisfação sexual, desisti.

E é por isso que vou descrever o amor na minha linguagem, emocional, saí desse papo imoral que é o racionalismo, o amor é mesmo coisa irracional, de patifes e patetas burros que são fisgados.
 Amor é quando paira uma nuvem sobre sua cabeça e fica jogando pequenas gotas refrescantes sobre você enquanto senta na varanda ou a beira da calçada a fazer o pensamento divagar por aí com destino certo, amor é estado de purificação interna, são raios de sol que atravessam o o ser humano, que o despedaçam por completo e o fazem sentir inteiro, tornando o sorriso dele parecer um farol no meio da escuridão, é quando qualquer lugar que outrem esteja seja o melhor para ficar, quando olhares se encontram e conversam sem precisar falar, quando o toque mexe com as batidas do coração, amor é quando a pessoa é mais importante que o programa favorito da televisão, ou quando um convite dela muda toda sua programação, é quando você acha a melhor companhia, amor é como caminhar sobre o vento sem sentir medo de se deixar levar.

Comparo o amor a um laço feito de fita de cetim, presa a duas cinturas feito a nó, é fácil de sair, mas talvez seja melhor ficar, é livre, é suave e leve, é um nó que une mas não precisa aprisionar, de amor eu já aprendi até fingir ciumes pra fazer contentamento em outro coração, o amor ensina como também faz doer, pois o cetim é muito frágil e aspira grandes cuidados, pra não se desfazer. Amar é como mergulhar nas profundezas e descobrir um tesouro que não tem valor sólido, disse Camões que é "fogo que arde sem doer", Vinicius de Moraes falou que "era eterno enquanto durar, posto que é a chama", Drummond que "é estado de graça, e que amor com amor se paga", Paulo de Tarso foi mais fundo e disse que "tudo sofre, tudo crê, tudo suporta, tudo espera, e que nunca acaba". Ha quem queira saber qual a minha opinião, lhe digo, o amor é fogo que faz a chama mortal da vida se tornar eterna, ainda que o amante morra, este vai ser sempre lembrado pelas coisas que amou e desamou, pelas pessoas que o seu amor impactou, e portanto o amor é eterno enquanto a lembrança durar. Portanto o amor não é sentimento estático mas o que move sua vida em agum sentido, é que o te faz perder o medo de se perder e assim conseguir se encontrar.

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