terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Já-nelas

Janelas, de que me servem sem ter aonde repousar os olhos. Em algum lugar está escrito que os olhos são a janela da alma, em lugares fechados a alma não passeia, esperneia.
Trancada na clausura sinistra de ser parte de um depósito de coisas vendáveis, ociosamente repousava.

 Escadas são muito úteis, nos levam degraus à cima, mas janela senhores, janelas são fundamentais, um lugar sem janela é um abismo profundo, calabouço das retinas, é um copo de veneno do embalo tímido da treva. É um coração fechado a não provar qualquer sensação, campos limitados, é como nunca amar ninguém ou não ter o amor de alguém. São memórias que se apagam de restos de noites que deixam marcas eternas em nossas vidas, são folhas de registros queimadas, portas fechadas, de um impasse de mentiras mal contadas, pega no tropeço de um dia de regressão. Senhores arquitetos, doutores Engenheiros, construam mais janelas com ampla visão, pode ser a velho reboco, mas não limite o criativo da visão, seja no chão ou no teto, deem espaço a criação.
Assim peço ao construtor, quando mandar o próximo amor, que não seja essa frágil flor, que não esteja presa no tumba do ciúme violento, ou da tortura de um eterno lamento, por favor não se esqueça delas, lembre-se desse pedido, coloque na casa as minhas amigas: janelas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário