Não é sempre, mas algumas noites quando digo nunca mais, encontro paz, mesmo querendo, muito, é só medo do óbvio, a falta da reciprocidade, ai vem o nunca, que talvez pode ser pra sempre, nunca sei, raramente depende de mim.
Que se eu escrevo dou voz ao meu silêncio. E quando minha saudade ganhar um nome, será melhor sinal que meu coração ganhou um dono.
Por onde eu passo eu jogo sementes da amizade, se não florescer não foi minha falta, é porque alguém não soube colher os frutos, mas é inerente a minha vontade, vou a onde flor, jorrando amor. Me importam as questões alheias, eu gosto de conversas longas, histórias, de gente que sente também, me aproxima do humano e me enche de sentimento divino.
No meio da madrugada eu sinto a brisa da leveza, no brilho da lua, ou nas chamas das estrelas, bebo copos de pessoas, em conversas demoradas, por entre olhadas e risadas, bebo noites na calada. Se vejo sol nascer, sinto florescer dentro de mim a esperança de uma criança inocente acreditando na bondade de dias infinitamente melhores e suaves pra viver, reparo na paz dos pássaros a plainar, no seus assobios orquestras pra um novo embalo de uma balada bem diferente, nas cores do céu a pintar, meus olhos doem, me calo, muita vida há.
Amo esse céu vasto que Deus me deu, assim de graça sem cobrar imposto olhar na claridade ou no breu. Se é de noite eu grito, "OH Lua ponha-te nua, faça a minha noite pelas ruas com brilho teu, me banha da tua elegância e me veste do teu resplendor, faz da noite um beijo de amor"; mas se é dia eu grito ao sol "Oh, grande raio de imensidão faz me iluminar como a ti, da-me a tua alegria de ser dia por onde eu passar"; e se chove dispo-me na rua: "Chuva me banhe de vida e leva tudo embora, lava minh'alma vida a fora, dá me teu poder de florescer, de irrigar, de acontecer."
E dias e noites ruins não quero deixar para mim, não se pode evitar o inevitável, mas poupo-me do sofrimento, que eu tenho sonhos grandes demais, pra não vê-los em fatos reais.
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