Pensava ela alto, "mas ele escreveu, siiimm bem me quer, ou não, pois o telegrama não tinha endereço, ela sabia que corria esse risco. E agora? Bem me quer? Ou não?"
Estava segura do que sentia e já havia dito, telegrama lindo, escrito a finos sentimentos, mas e se não fosse para ela, eu lamento, pois era coisa bonita de se ler, dessas que enchem os olhos d'água, e que te fazem querer mais. "Bem me quer, mal me quer..." Pobre flores mudas que não podiam responder. Pensou ela, "não é justo ver flores morrendo de amor", e não era justo! Juntou suas pétalas perfumadas, e junto abriu um pequeno buraco, e em papel escreveu "Bem, eu, quero, muito, é querer de amor!" e enterrou todos juntos, esperando florescer sabendo que se fosse remetente alguma coisa ia lhe acontecer, muitas vezes enterra-se como defunto aquilo que pode florescer, ou não, apenas se tem o cuidado de regar, é possível que venha morrer, são pétalas e não sementes, ela estava despida de preocupação, queria florescer, mas sozinha não! Ela ficaria a espera, coisa que não a agradava nenhum pouco, não havia outra opção, ele corria riscos da flor murchar, e ela também, mas ela já tinha esgotado suas falas, bem queria lhe dizer alguma coisa, mas e se não fosse..., por isso e só baseada em fatos que lhe rodeiam, sentou-se a beira da esquina de sua vida e deixou que o poema lhe tocasse, e que se viesse endereçado, ou não. Era emergencial, mas não havia muita expectativa, cansando-se.
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