Meu quarto é minha masmorra,
Um refúgio sem igual, quando nele me aposento me preservo no alento,
Nele entro o mundo fica irreal,
E por mais que alguém invada nunca mergulha como eu no tal,
Quando estou aqui o mundo que se foda,
Durante anos afoguei magoas aqui dentro, ninguém ficou sabendo.
Da morada quero outras
Pra poder me acomodar onde eu tenha grande espaço,
Sem paredes desabar,
Com barulhos de dobradiça,
Persiana na janela pra no escuro descansar,
E chão de areia movediça pra tristeza afundar,
Com janelas bem grandonas, pra de dia o sol entrar,
Ver colinas de paisagem com um amor admirar.
E portas bem abertas a quem quiser vir visitar,
Se eu não guardo nem dinheiro, pra que magoas vou guardar?
Um espelho bem grandão, pra não esquecer dos meus defeitos
E uma calculadora pra somar meus feitos
Que os outros vão cobrar.
Nas tardes frias cobertor,
E nas quentes uma rede pro amor,
E o chão da rua eu vou mandar ladrilhar que pra ver se você vai passar!
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