E o meu encanto é tanto, que o amor é insano, as rosas não falam.
As noites me calam, poderia eu resplandecer como o raio de sol que retine no espelho?
Não poderia, pois, do meu amor não falo
Guardo essa luz no fundo do peito, no receio,
Se acusada sou, sei que é desvaneio.
Mas do amor não pleiteio, não concorro a vagas
Sou escolhida e única ou simplesmente não o sou
E então recolho meu amor, para em outras cenas
Estrear com resplendor
Dos carinhos não oferecidos, das receitas esquecidas
Das serenatas não cantadas, dos planos envelhecidos
E o tempo que de sonho foi perdido; embora breve
Das orações para proteger-te, agora entregues
Dos presentes não abertos, das brigas não discutidas
E das virtudes que achamos, os sorrisos gastos e ganhos, das fotos que nunca tiramos.
As grandes pinturas que não pintamos
Sem drama, sem dores, deixando o barco ir conforme a corrente levar
Me despeço, não da decisão de meu livre arbítrio; a sua
O amor saberá de novo florescer, o afeto que por vezes eu conhecer, mas desse desencontro vou sempre lembrar
Mais do que todos os outros encontros que aconteceram de acontecer
Como poesia que por inteiro não sei recitar,
Vou sorrir docemente e lembrar como seria bonito se tivesse de sido, se a gente tivesse vivido, se tivesse de ser...
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