Acordei como quem sonha com anjos, e os anjos não tocavam harpas. Os anjos tinham instrumentos desconhecidos, eles me ensinavam a tocar a vida. E fazer um som diferente.
Reguei as plantas e o cheiro da terra molhada deu vontade de chuva e de fé eu quase acreditei que era chuva de verdade, vislumbrei.
Uni os dois fatos que nada tem a ver com meu destino, se eu tiver os instrumentos celestiais para tocar a vida, basta regar as plantas que nascem no meu jardim, a chuva vem a seu tempo, e o cheiro, a beleza das flores sempre estarão lá.
Eu não posso mesmo reclamar da vida, uma vez que eu sempre tive um belo jardim, meu medo de colher os frutos, antes de estarem maduros ou podres sempre esteve lá, acho que foi a falta de ser de fato jardineira, falta de intimidade com a colheita, só me ensinaram a plantar. Um dia já no final da vida meu avô me ensinou que devemos regar as plantas depois que o sol se for, agora a vida sabiamente me ensina como colher sem me machucar com os espinhos, ou ao menos sem temer que eles me causem algum dano.
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